Só pra você
15.agosto.2006
Hoje
eu quero escrever de você. Só pra você, que eu nem sei se vai ler, mas que
de repente intui que existe esse texto só seu e resolve dar uma olhadinha,
só por curiosidade mesmo...
Você
nem sabe que na primeira vez em que te vi, eu pensei que você estivesse interessado
em uma das outras meninas, e nem te olhei direito. Só fui te reparar depois,
quando você conseguiu me deixar vermelha de vergonha, ao me elogiar de um
jeito tão sincero e com um sorriso tão lindo. Você me deu um beijo no rosto
tão devagarinho que eu passei o resto da semana me perguntando
que outras coisas você faria assim, devagar, com cuidado, sem pressa.
Você
nem imagina que da segunda vez que eu te encontrei, tudo o que você dizia
eu achava coincidência, porque parecia até que era eu e não você que estava
falando, tamanha a similaridade de opiniões que nós temos. Eu passei a festa
inteira falando sobre mim, coisa que não acontece sempre, eu sou muito tímida
para tagarelar, mas para você eu tinha vontade de contar minha vida inteira
e de ficar a noite toda vendo você me escutar, tamanha a surpresa que me atingia
ao constatar a inteligência de cada um dos seus comentários.
Você
nem desconfia que antes daquela terceira vez, eu já tinha entendido que não
tinha jeito, que você era muito irresistível e que eu não ia conseguir fugir,
por mais que tentasse, por mais que quisesse, por mais que devesse. Você me
fez cometer um crime que eu nunca havia cometido, mas não tive escapatória...
foi ver você chegar que o meu coração começou a bater em compasso
de heavy-metal,
as minhas mãos suaram e o meu sorriso ficou tão bobo que acho que todo mundo
reparou o efeito que a sua presença causou em mim.
Você
nem suspeita como eu fiquei triste no dia seguinte, porque eu fiquei tão viciada
nos seus beijos e abraços, que eu queria mais...
Você
não tem idéia do quanto eu fiquei feliz ao receber seu e-mail falando que
ficou feliz ao me ver naquele domingo, mesmo que por pouco tempo. Porque
eu fiquei também, feliz, não só pela mensagem, mas pelo tal encontro expresso.
Eu fico feliz por tudo que tem você no meio.
Você
não tem conhecimento (e isso eu sei que é minha culpa, porque eu já devia
ter te falado, mas o caso é que a cada vez que eu te encontro eu fico tão
fora do ar que eu esqueço tudo) que é tão ruim, mas ao mesmo tempo tão bom
sentir esse frio na barriga que você me provoca...
Você
vai achar que eu estou mentindo, mas eu queria que você acreditasse o quanto
eu estou inibida de publicar essa crônica e expor meus sentimentos, mas eu
já me rendi, você não cabe mais só aqui dentro, eu tinha que colocar
no papel senão corria o risco de explodir e aí você nunca ia ficar sabendo
de tudo isso.
Eu sei que você vai achar graça, vai ficar convencido e nem vai querer saber mais de mim depois de ler, já que vai pensar que eu desvendei todo o mistério, mas você está enganado... ainda tem muito mais coisa que você me desperta que nem passa pela sua cabeça. Um dia eu te conto. Ao vivo. Ao pé do ouvido. Em um lugar menos público. Só pra você.
Paula
Pimenta
Autora do livro de poemas "Confissão"